Síndrome de Lúcifer Três problemas na psique humana
Síndrome de Lúcifer
Três
problemas na psique humana
A Bíblia dá a impressão que, a tragédia humana está baseada
no conjunto de razões e características relativas a Síndrome de Lúcifer.
1.
RELATIVIZAÇÃO DA
PALAVRA DE DEUS
a. Se permitir
e acolher uma dúvida satânica:
"É assim que Deus disse: não
comereis de toda árvore do jardim?" Primeiro ele afirma que Deus disse.
Depois põe em dúvida o que Deus disse, acrescentando uma interrogação. A dúvida
foi acolhida (Gn 3.2).
b. Permitir a
alteração da Palavra de Deus:
Depois que a dúvida foi acolhida, a Palavra de Deus pôde ser alterada. A mulher
acrescentou à Palavra de Deus algo que ele não dissera: "nem tocareis nela" (Gn 3.3). Era o princípio da
relativização da Palavra de Deus. Quem altera para mais, também altera para
menos ou nega (Gn 3.4).
c. O que é
relativizar? V.T. É tornar comum; é tornar comum
aquilo que um dia já foi absoluto; é tornar a verdade um ponto de vista
particular, assim todo mundo tem uma verdade em si, logo não existe verdade;
tornar a palavra de Deus um ponto de vista religioso e que não interfere de
forma alguma no mundo secular. É dizer que só serviu pra aquele momento na
história mas hoje não serve mais.
2.
A AUTODIVINIZAÇÃO
a.
O Desejo de
ser visto e reconhecido como tendo todo o conhecimento, a respeito de algo. "Porque Deus sabe que no dia em que
dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem
e do mal." (Gn 3.5.) Esse processo de autodivinização tem sempre os
mesmos passos, tanto em relação a Lúcifer como em relação aos homens:
b.
Torna Deus
um tirano que impõem limites desnecessários a suas criaturas. "Porque Deus sabe que no dia em que
dele comerdes se vos abrirão os olhos..." (Gn 3.5a.)
c.
Afirma-se a
possibilidade de superação nas mais diversas áreas, ao ponto de projetar o
próprio ser, para tornar-se um semideus: "E,
como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal."
d.
Todos
nascemos com uma predisposição ou uma inclinação natural ao mal, e as condições
naturais que Deus nos atribui ao nascermos, parece ser uma punição e isso
resulta numa vontade humana de se rebelar contra o criador, negando sua
existência, ou duvidando de seu amor, ou temendo o tirano que achamos que Ele
é.
3.
A ABSOLUTIZAÇÃO DE SI
MESMO
"E vendo a mulher que aquela
árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para
dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele
comeu com ela." (Gn 3.6.)
a.
A absolutização de si mesmo se
manifesta da seguinte maneira:
1)
Tudo que apela ao apetite tem que ser
obtido: "A árvore era boa para se
comer..."
2)
Tudo que satisfaz o senso estético tem
que ser conquistado: "A árvore era
agradável aos olhos..."
3)
Tudo que converte o conhecimento humano
em conhecimento divino tem que ser atingido: "A árvore era boa para entendimento..." – é o
conhecimento que torna os homens superiores ou pelo menos com a sensação de
superioridade aos seus pares humanos, esse sentimento de superioridade chama-se
síndrome de deus. Esse conjunto de coisas, causas e efeitos faz da Síndrome de
Lúcifer uma realidade para anjos e homens.
Aplicação:
1.
A rebelião universal contra Deus
obedece aos mesmos princípios ideológicos: os de Lúcifer. No entanto, devo
mencionar dois fatos básicos:
i)
Todo ser humano vive em maior ou menor
grau a realidade dessa Síndrome.
ii) A Síndrome de Lúcifer tem cura nos seres humanos; só não tem
cura nos anjos.
2.
A heresia é o pior dos cânceres. Quando
começa, dá logo metástase, estende-se a todos os órgãos nobres. De forma que,
quando se tem a "sorte" de detectá-lo no início do processo, é
urgente fazer-se a cirurgia. Hoje podemos observá-la sentado em nossa sala,
escritório, ou em nosso celular; está sendo amplamente difundida.
Pontos a considerar no Livro de Judas
1.
Judas era o irmão de Jesus o Cristo.
Porém ele fala de si mesmo de maneira humilde. Não faz alarde, não se gloria do
fato de ser um dos "irmãos do Senhor"
(3). Também a realidade de ser "irmão
de Tiago", a maior figura eclesiástica do Concilio da Igreja Cristã de
Jerusalém, não é "explorada" por ele. Bastou uma singela e educada
alusão ao "parentesco" (verso 1).
2.
Ele estava muito preocupado com o perigo
que rondava a Igreja, ele afirmou três convicções intocáveis que habitavam seu
coração com relação aos "amados" aos quais ele está escrevendo:
a.
eles são chamados por Deus para
servirem-no na História e gozarem-no na eternidade;
b.
são amados por Deus — e disso ele não
duvida, pois vira a paixão alucinante que movera seu "irmão-Senhor"
até a cruz em favor dos seres humanos, especialmente "os que o
receberam";
c.
são guardados em Jesus Cristo, aquele
que oferece inquebráveis asas de galinha para os pintinhos que desejam
abrigar-se à sua sombra [verso 1; Mt 23.37).
3.
Judas - como um bom-pastor escritor,
Judas prepara o coração das suas ovelhas leitoras afirmando — independentemente
do duro conteúdo que o seu livro possuiria — suas intenções e objetivos
inquestionáveis em relação ao seu público-alvo: que a misericórdia, a paz e o
amor se multiplicassem em virtudes nas vidas deles (verso 2). Depois dessa
"introdução", o nosso pastor-escritor se põe como que a explicar a
razão pela qual ele — reconhecidamente um homem de coração pastoral — teve que
assumir ares tão proféticos nesse livro que estava sendo algo que não desejava.
Em outras palavras Judas diz: "Desse meu livro poderia se dizer que foi
escrito a contragosto, forçado por situações de emergência." (Versos 3 e
4.) É sempre de bom alvitre explicar aos leitores o "contexto", as
condições que nos levam a produzir certas reflexões.
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Ronildo da Cruz Ribeiro
IDPB Monte Horebe
Manaus, Amazonas 24 de janeiro de 2017
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