A SÍNDROME DE LÚCIFER PODE ACONTECER DENTRO DA IGREJA

A SÍNDROME DE LÚCIFER PODE ACONTECER DENTRO DA IGREJA
Judas 1:3-4

A.  UMA AMEAÇA QUE VEM DE DENTRO.

Judas afirma na sua epístola algo terrível: a maior ameaça à Igreja não vem de fora, vem de dentro dela. Ele diz: "Amados, quando empregava toda diligência, em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos." (Verso 3.)

1.     Ele sabe que a "fé tenha sido uma vez por todas entregue aos santos" é preciso lutar, batalhar e vigiar para que ela não seja derrubada na sua base.

2.     O maior perigo que Igreja enfrenta vem da infiltração dos "agentes secretos". Quando na comunidade do povo de Deus, se infiltram algumas pessoas cuja mente está totalmente separada de qualquer compromisso profundo com Cristo.

3.     E fica muito pior quando essas tais pessoas assumem posição de influência, e se tornam os “arcanjos” da comunidade.

a.     Vestem-se de pastor, falam como teólogos, ensinam como mestres, insinuam-se profetas. Essas pessoas, Judas chama de dissimuladores (verso 4). Dissimular é fingir, é um disfarce. Ele parece uma coisa mas é outra. É estar fantasiado.

b.    Aparenta superficialmente concordar, mas discorda com o que é mais importante. Concorda somente para agradar, mas não é o que ele pensa, sente ou deseja.

4.     Judas não faz rodeios. Ele identifica as teologias que estão sendo desenvolvidas por esses dissimuladores, infiltradores do caráter de Satanás nas entranhas da Igreja. Estas teologias são: A “graça barata e o senhorio oco” (verso 4b).

B.   A GRAÇA BARATA

O que é graça? O dicionário descreve como: s. f. 1. Favor, mercê. 2. Benevolência, estima, amizade. (...) 6. Teol. Dom sobrenatural, concedido por Deus como meio de salvação...

A graça de Deus sempre foi o tema teológico mais atacado pelo diabo. No caso em questão estavam tentando "transformar em libertinagem a graça de nosso Deus" (verso 4).

1.     O argumento era basicamente o seguinte: se a graça é um "favor imerecido", então, quanto menos mérito o homem tem, maior é o espaço para a graça de Deus se manifestar. Quanto mais o homem peca, mas ele pode ser perdoado.

a.     Dessa forma o pecado passava a ser um aliado da graça de Deus, na medida em que quanto mais se peca mais Deus tem ocasião de mostrar-se gracioso. Esse é o pretexto do liberalismo comportamental.

b.    Essa perspectiva de barateamento da graça de Deus passa também pela ideia de que Deus é gracioso e sublime demais para ocupar-se com os deslizes banais dos seres humanos.

c.      A graça passa a ser vista numa dimensão tão superior que faz com que seu portador Absoluto, Deus, não possa se rebaixar desse piso elevado de generosidade sob pena de diminuir-se. E assim, usa-se a graça de Deus contra o próprio Deus.

d.    Faz-se com que Deus seja escravo de sua graça e fique inflexivelmente contido por ela. Neste caso, os atos humanos são vistos como pequenos demais para interessarem a Deus. É a graça conveniente. Evocada para justificar o pecado, não o pecador.

2.     Um outro caminho para se "transformar a graça do nosso Deus em libertinagem" é através da via indireta do legalismo.

a.     O fim do legalismo é a sensualidade, a neurose ou a psicose sexual. Isso porque o legalismo concebe a vida santa como dependendo do homem e de seus recursos de auto santificação. E assim não necessita da graça de Deus.

b.    No entanto, como ninguém consegue enfrentar a si mesmo apenas com suas próprias forças — isso porque mediante o auto enfrentar-se trava-se uma espécie de guerra civil na psique (mente) humana — no final há a falência da moralidade auto patrocinada, e daí acontece o pecado.

c.      O legalismo já é pecado desde o princípio, por achar-se capaz de autofinanciar o sucesso moral. O legalismo começa independendo da graça e termina em desgraça. É por isso que o legalismo também "transforma em libertinagem a graça de nosso Deus".

C.   UM SENHORIO OCO – JESUS NÃO É O SENHOR DA VIDA DELES

No primeiro ardil, os "dissimuladores" pervertem a graça de Deus. No segundo ardil, eles esvaziam o conteúdo do senhorio de nosso "único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (v4b). Isso acontece de mil maneiras explícitas.

1.     Eles representam perigo justamente porque são sutis, sub-reptícios e velados. Eles não negam o senhorio de Cristo com palavras. Negam-no com gestos, ações e obras. "No tocante a Deus professam conhecê-lo, entretanto o negam por suas obras." (Tt 1.16.). Eles falam e cantam sobre o senhorio de Cristo, porém sua vida é uma verdadeira apostasia.

2.     O dissimulador é mais perigoso para a igreja do que o herege ou o ateu honesto, que explica teologicamente suas idéias.

a.     O dissimulador fala como se fose parte da igreja. Defende a fé cristã – é ortodoxo. Mas suas práticas de longe lembram a fé – são hetorodoxos.

b.    Na vida da igreja existem pessoas que retratam perfeitamente essa situação. Com a boca elas falam coisas lindas sobre Jesus. O senhorio de Jesus é afirmado verbalmente por elas sem dificuldades. E mais: o discurso delas sobre a soberania de Jesus na História é mais amplo e belo do que o da maioria dos cristãos que conheço. Porém, negam o Senhor com suas mentiras, seus adultérios, seus roubos e suas ações maquiavélicas.

c.      Essas pessoas são perigosíssimas pois, de modo silencioso, doutrinam e ensinam o povo de Deus a desenvolver "uma ponte inconsciente" entre a verdade falada e a mentira vivida, racionalizando a "associação da iniqüidade ao ajuntamento solene" (Is 1.13b).

“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias... não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue.” Isaias 1:11-15

D.  ONDE NASCE UM DISCIMULADOR? DE ONDE ELE VEM?

Como já foi dito, essa síndrome de Lúcifer vem da incapacidade de aceitar os absolutos de Deus e o Deus Absoluto. Também essa doença espiritual que contamina, se manifesta através da sutil presença do dissimulador, no meio do povo de Deus, como anjos de luz na Assembléia dos Santos: "Os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus próprios ministros se transformem em ministros de Justiça; e o fim deles será conforme suas obras." (2 Co 10.13-15.)

1.     A INCREDULIDADE QUE GERA SEDIÇÃO
2.     NO ORGULHO SEM LIMITES
3.     NA BUSCA PELO PRAZER QUE SE TORNA IMPUREZA

___________________________________
Ronildo da Cruz Ribeiro
IDPB Monte Horebe
Manaus, Am 31 de janeiro de 2016

Bibliografia:
1.       Extraído do Livro: A síndrome de Lucifer do Rv. Caio Fábio de Araújo Filho, Editora Betânia S/C. R. Padre Pedro Pinto, 2435 Belo Horizonte (Venda Nova), MG. Brasil 1988.
2.       Bíblia da Liderança Cristã – Pr. John C. Maxwell. Editora Socidade Bíblica do Brasil 2007. Baruerí – SP.
3.       Internet: http://www.theword.net
4.       In the beginning was theWord® - License agreement - This Software (In the beginning was theWord, abbreviated theWord) is copyrighted. © 2003-2012 - Costas Stergiou. TheWord – Bible Internacional. EUA 2015.
5.       Dicionário Bíblico Strong de Grego e Hebraico. SBB. Brasil 2010.
6.       Dicionário Bíblico Almeida – SBB. Brasil 1995.
7.       Dicionário da Língua Portuguesa. theWord.
8.       WikiPedia.
9.       Comentário Bíblico Mathews Henri. Joplim Missouri – EUA 1999.
10.     Enciclopédia ASD Digital – Brasil 2006.


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